O Rio Grande do Sul lidera o triste ranking dos casos de suicídio no país. O número de óbitos no Estado é de 10 para cada 100 mil habitantes por ano, índice duas vezes superior à média nacional. Os quadros depressivos estão entre as maiores causas relacionadas ao comportamento suicida, de acordo com pesquisas.

As ideias relacionadas à morte podem oscilar entre a decisão de colocar um fim e o pensamento de que talvez não seja a melhor alternativa, o que os psiquiatras chamam de ato de ambivalência. Mas as estatísticas mostram que cerca de 30% das pessoas com depressão podem tentar o suicídio. O mal-estar ao extremo e aliado à rigidez do pensamento negativo pode transformar-se em sentimentos de desesperança, desamparo e desespero e acelerar o impulso a tirar a própria vida.

O comportamento surge geralmente decorrente de um transtorno mental, de acordo com o psiquiatra Jair Segal. O médico da equipe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, com doutoramento neste tema, observa a importância de os familiares e do círculo social estarem atentos a sinais de alerta, como a mudança abrupta de comportamento, pessimismo, irritabilidade, declarações do tipo “a vida não vale mais a pena”, "eu não aguento mais" ou “me sinto um peso para os demais”.

Para chamar a atenção da sociedade e de conscientizar a população, foi criado o Setembro Amarelo. Através de publicidade, eventos, palestras e debates, a campanha alerta e informa que o diagnóstico pode ser tratado com psicoterapia e medicamentos, conforme o perfil de cada paciente.

No próximo dia 24, o Hospital Moinhos de Vento promove palestra alusiva ao Setembro Amarelo. Das 11h às 12h, o psiquiatra Jair Segal, a psicóloga Marina Damion e a enfermeira Deysi Heck Fernandes, com a mediação da psicóloga Júlia Schneider Hermel, irão debater o manejo interdisciplinar do paciente na crise suicida. O evento acontece no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm e é aberto ao público.