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Especialista explica como diferenciar a doença, as maiores inovações no tratamento e ensina a dormir melhor

Um dos momentos de maior tranquilidade do dia é uma verdadeira batalha para muitas pessoas. A hora do sono tem se tornado cada vez mais um desafio, ainda mais frente às exigências da vida moderna e o advento de tantas tecnologias, como celulares e tabletes. No Brasil, cerca de 73 milhões de pessoas sofrem de insônia, segundo a Associação Brasileira de Sono (ABS). E as estatísticas são cada vez mais alarmantes. “Existem vários estudos epidemiológicos que mostram que mais de 60% da população, em geral, apresenta sintomas de insônia, e que de 9% a 21% delas referem um transtorno de insônia com consequências graves no dia a dia”, explica o otorrinolaringologista e membro da equipe de sono do Hospital CEMA, Gustavo Mury. No entanto, qual a diferença entre ter um quadro de insônia ou apenas dormir mal? 

“A característica essencial da insônia é a dificuldade para iniciar ou manter o sono, e mesmo o relato de um sono não reparador. Para serem considerados clinicamente significativos, esses sintomas precisam ocorrer pelo menos 3 vezes por semana, por um período mínimo de 3 meses e estarem associados a um sofrimento importante, com prejuízo no funcionamento social e ocupacional”, detalha o médico. Caso esse quadro se instale, o mais importante é procurar ajuda especializada, com otorrinolaringologista ou psiquiatra, tendo em vista que muitas vezes a insônia é consequência de outras patologias, como a apneia do sono, por exemplo. E hoje em dia nem sempre é necessário passar a noite em um hospital, sendo avaliado. “No CEMA realizamos exames de polissonografia no próprio domicílio do paciente, com uso de um aparelho portátil”, diz Mury. 

Embora existam novidades médicas, como abordagens terapêuticas diferenciadas e novos medicamentos, apenas o especialista é capaz de prescrever corretamente o tratamento. Atualmente, entre as maiores inovações, está a comercialização da melatonina sintética, um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, que funciona como modulador do sono, ajudando o corpo a desacelerar e dormir. Nos EUA ele já é vendido nas farmácias, mas no Brasil, ainda não é liberado. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está estudando liberar a melatonina sintética nos próximos anos. Mas, vale lembrar, não existe fórmula mágica. O hormônio em questão, por exemplo, não serve para todos os casos. Por isso é importante sempre procurar um médico e jamais se automedicar. 

Além de procurar ajuda, é importante também adotar alguns hábitos para que as noites de sono sejam mais tranquilas e eficientes. O médico lista abaixo algumas delas: 

- O quarto, na hora do sono, deve estar silencioso, escuro e com uma temperatura agradável;

- Tente dormir sempre em um horário relativamente uniforme e acordar também em horários similares para que o organismo “acostume” com essa rotina;

- Não faça exercícios físicos vigorosos antes de dormir;

- Evite ingerir bebidas alcoólicas imediatamente antes de dormir;

- Não tome bebidas que contenham cafeína, após anoitecer;

- Evite fumar;

-Prefira programas de TV, músicas e leituras tranquilas quando estiver próximo de deitar-se para dormir;

- Evite falar ao telefone, assistir televisão ou checar redes sociais, pouco antes da hora do sono;

- Não tire cochilos longos durante o dia;

- Não faça refeições pesadas pouco antes de ir para a cama;

- Evite uso crônico de medicações para insônia, pois pode causar efeito oposto ao desejado, além de trazer uma série de consequências danosas para a saúde. 


Autor: Carina Viana
Fonte: Agência NB

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