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Medida está em análise pelo Governo Federal podendo haver uma mudança no cenário, até o final do segundo semestre desse ano

A possibilidade do Ministério da Educação rever a suspensão para criação de novos cursos de Medicina no Brasil foi recebida com preocupação pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). Publicada em abril de 2018, ainda no Governo Michel Temer, a medida congelou a oferta de novas graduações na área por cinco anos. Agora,o Governo Federal anunciou que o tema passa por análise técnica na Secretaria de Regulação do Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

- É visível que não há demanda crescente em saúde, e sim, uma necessidade das estruturas serem remodeladas e executarem o repasse certo de verbas e de uma forma organizada. Desta forma, entendemos que, abrir uma faculdade ou aumentá-las, como se fosse resolver, todas as mazelas da saúde pública, a partir de um profissional, é errado - explica o diretor de comunicação da AMRIGS, Juliano Chibiaque.

O argumento do Governo Temer para essa moratória de cinco anos, que vale para instituições particulares e públicas, foi a necessidade de fazer uma avaliação e adequação da formação médica no Brasil por causa do avanço no número de novos cursos nos últimos anos.

- Nossa visão é que se existem locais com a possibilidade de oferecer a formação desses médicos para que possam servir ao atendimento da região, principalmente com unidades básicas, pronto atendimento e suprir a carência de atendimento, sem dúvida, impactaria de uma forma positiva na sociedade. No entanto, não é isso que ocorre. Temos o número de vagas por curso sendo definidos de forma lotérica. Isto não serve como modelo de saúde pública e representa uma desvantagem para a população. As vantagens são limitadas quando se comparadas aos riscos de aberturas desenfreadas de escolas médicas que estamos observando nos últimos anos, sem a devida preocupação com a qualidade do ensino – completa Juliano.

O Brasil é o número 1 no ranking mundial de escolas médicas, hoje, existem 336 faculdades de Medicina no país. Atualmente, a relação brasileira é de 2,1 médicos para cada mil habitantes, índice próximo ao de países desenvolvidos. No entanto, esse volume é muito concentrado nas capitais e há falta de médicos em diversas regiões.  


Autor: Marcelo Matusiak e Vitor Figueiró
Fonte: Play Press

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