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Dados do Ministério da Saúde apontam que 31% dos brasileiros ainda não têm o hábito de ir ao médico

Neste mês de novembro, o Grupo Fleury, detentor da marca Weinmann no Rio Grande do Sul, chama atenção para os cuidados com a saúde do homem. Muitas doenças podem ser prevenidas quando os homens procuram um profissional de saúde para consultas ou mantém os exames em dia. O problema é que nem todos se importam com isso. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2016, apontam que 31% ainda não têm o hábito de ir ao médico. Desses que não vão, 55% afirmam que não precisam ir ao consultório.

Com o avançar dos anos – segundo projeções recentes do IBGE os homens viverão em média até os 76 anos – aumenta ainda mais a necessidade de prestar atenção aos cuidados de saúde. Isso porque cuidar da saúde de forma preventiva resultará não apenas no bem-estar no tempo presente como também garantirá um envelhecimento sem perda de função e com qualidade de vida nos anos a mais.

A primeira preocupação desta lista e motivo pelo qual o Novembro Azul é lembrado todos os anos é o câncer de próstata, doença que acomete, sobretudo, homens com mais de 50 anos. Mas também é preciso estar atento a outras condições como: problemas de origem osteomuscular; doenças cardiovasculares; neurológicas e a disfunção erétil. Entenda por quê:

Atenção especial à próstata

O câncer de próstata deve atingir 68 mil homens para cada ano do biênio 2018-2019, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A neoplasia é a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil. A maior incidência ocorre em homens a partir dos 50 anos, idade em que os exames preventivos devem entrar no “radar” dos cuidados com a saúde masculina. Como a maioria das neoplasias, o câncer de próstata não tem sua razão completamente conhecida. Contudo, se sabe que má alimentação, obesidade, tabagismo, excesso no consumo de álcool podem afetar o início ou a progressão da doença. A genética também é um fator-chave para o desenvolvimento deste tipo de câncer, pois de 5 % a 10 % dos casos são hereditários.

“Quem possui parentes em primeiro grau acometidos pela doença, como pai e irmãos, tem de três a 10 vezes mais chances de desenvolvê-la do que o restante da população masculina”, alerta Leonardo Otero Pertusier, urologista sênior e coordenador da Urologia do Check-up do Grupo Fleury, detentor da marca Weinmann. Por isso, quem tem histórico familiar deve fazer os exames mais cedo, por volta dos 45 anos. Vale lembrar que o crescimento benigno da próstata pode ocasionar sintomas que se confundem com o câncer e que, necessariamente, não estão relacionados a esta doença. Na dúvida, procure um especialista. Fique atento aos sinais: dificuldade e dor ao urinar, perda do controle da bexiga ou intestino, dor lombar, na bacia ou nos joelhos, disfunção erétil, sangramento pela uretra, dor nos testículos, fraqueza ou dormências nas pernas ou pés não podem ser desprezados.

Disfunção erétil

A disfunção erétil é a incapacidade de apresentar uma ereção que permita manter uma relação sexual. Ela pode ter diversas origens. Dentre as origens orgânicas, pode surgir como um fenômeno vascular, consequência de alterações hormonais ou de dependência do uso de alguns medicamentos ou ainda decorrente de problemas anatômicos, entre outras causas. Mas o que pouca gente sabe é que, dentre as causas orgânicas, um contingente preocupante delas está ligada a problemas cardiovasculares. Um estudo publicado pela Universidade da Austrália mostrou que homens com mais 45 anos, sem histórico de problemas cardíacos, mas com disfunção erétil moderada ou grave, são até oito vezes mais predispostos a ter insuficiência cardíaca em comparação com aqueles que não apresentam o problema.

Doenças cardiovasculares

Ainda que a mortalidade em decorrência de problemas cardiovasculares tenha crescido entre o sexo feminino nos últimos anos, os homens ainda morrem mais. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em 2016, 190 mil homens morreram em decorrência de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC); contra 171 mil mulheres. Os fatores de risco para desenvolver as doenças cardiovasculares são hipertensão, tabagismo, sobrepeso, sedentarismo, colesterol elevado, ou seja, estão totalmente ligados ao estilo de vida. Por isso, adotar hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos e ter uma dieta equilibrada são fundamentais. Consultar periodicamente um médico e realizar um checkup é importante – mesmo para homens mais jovens - para identificar os potenciais riscos pessoais e familiares.

Cuidados com a saúde osteomuscular

Quem quer viver mais, deseja desfrutar o tempo conquistado com qualidade de vida, sem perder funcionalidade. É aí que entra em campo a Medicina Física e de Reabilitação – também conhecida como Fisiatria. A especialidade é dedicada à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas ao sistema nervoso, muscular e osteoarticular – sempre com foco no perfil corporal, capacidade física e motora do indivíduo. “Ela tem uma abordagem clínica e preventiva, analisa as potencialidades de doenças osteomusculares e faz um estudo das fragilidades de cada um para evitar lesões e identificar riscos de doenças como a artrose”, explica Carlos Penatti, coordenador do Check-up do Grupo Fleury, detentor da marca Weinmann. “A partir dos 50 anos, os indivíduos precisam ter mais atenção ao aparelho osteomuscular e locomotor, pois uma lesão mais grave, por exemplo, pode comprometer funções importantes”, completa.

De olho na capacidade cognitiva

A partir dos 50 anos, também é indicado prestar mais atenção na capacidade cognitiva. Em razão do envelhecimento, ainda que precocemente, o indivíduo poderá perceber a produtividade caindo, dificuldade em executar atividades motoras, declínio na capacidade linguística e na memória. “De uma maneira geral, ainda não sabemos todas as formas de prevenir e impedir o declínio cognitivo progressivo e em última análise as demências que surgem da perda cognitiva mais abrangente e intensa. Porém, sabemos que a atividade física regular, o sono calibrado e dietas equilibradas com base em alimentos frescos e minimamente processados - como a dieta do mediterrâneo, por exemplo – “são aliados da preservação da capacidade cognitiva”, conta Penatti.  


Autor: Dionei Valler
Fonte: Prática

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