Nos últimos meses, os estudos sobre sintomas e sequelas persistentes da COVID-19 ganharam destaque no mundo inteiro. O termo Long COVID foi oficializado pela comunidade científica internacional para definir essa condição dos pacientes após o período da infecção. As complicações vão desde perda prolongada do olfato e paladar e queda de cabelo, até sequelas respiratórias, motoras, cognitivas, ansiedade e depressão.

Nesta semana, o grupo de trabalho (GT) de pesquisa em caracterização e manejo da COVID-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), formado por pesquisadores de diversos países, apresentou uma agenda de prioridades para o estudo da Long COVID e a estratégia de enfrentamento e reabilitação dos pacientes. O médico intensivista e pesquisador do Hospital Moinhos de Vento, Regis Goulart Rosa, foi o porta-voz do GT no Fórum Global de Pesquisa e Inovação da COVID-19, que terminou nesta sexta-feira (14).

Regis explicou que, em curto prazo, é preciso estabelecer uma definição comum do que é um caso de Long COVID e uniformizar métodos de pesquisa para proporcionar resultados passíveis de comparação e sumarização. Em médio prazo, pesquisadores devem focar no estabelecimento da história natural da doença e seus fatores de risco. Também é necessário priorizar o desenvolvimento de meios de predizer quem está mais suscetível a ter sequelas e sintomas persistentes e entender os mecanismos e fisiopatológicos para indicar tratamentos mais eficazes. Por fim, deve-se estabelecer uma estratégia de reabilitação com garantia e facilidade de acesso.

O pesquisador ressaltou que a agenda inclui estudos sobre a vacinação de pessoas que se recuperaram da doença, educação e comportamento das comunidades e a definição de tratamentos e diretrizes de atendimento para os pacientes pós COVID-19.