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Achados mostram a necessidade urgente de medidas de saúde pública baseadas em evidência voltadas para os indivíduos que fazem uso dessa droga

Pouco se sabe sobre o possível papel do tabagismo de crack na incidência de infecção pelo HIV. Dado o aumento do uso de crack, Kora DeBeck e colaboradores, do Centro de Excelência em HIV/AIDS da Colúmbia Britânica, Canadá, realizaram estudo com o objetivo de examinar se o uso dessa droga ilícita se tornou um fator de risco para a infecção pelo HIV.

Foram incluídos dados de indivíduos participantes do Vancouver Injection Drug Users Study, que relataram uso de drogas injetáveis pelo menos uma vez no mês anterior ao recrutamento, residentes na região de Vancouver, HIV-negativos ao início e que completaram um ano de seguimento. Para determinar se o risco de soroconversão entre os usuários diários de crack mudou ao longo do tempo, foi usado o modelo de regressão de risco de Cox, dividindo-se em três períodos: maio de 1996 a novembro de 1999 (período 1); dezembro de 1999 a novembro de 2002 (período 2); e dezembro de 2002 a dezembro de 2005 (período 3).

No geral, 1.048 usuários de drogas injetáveis foram incluídos no trabalho. Desses, 137 adquiriram infecção pelo HIV durante o seguimento. A proporção mediana de participantes que relataram tabagismo de crack diário aumentou de 11,6% no período 1 para 39,7% no período 3. Após ajustes para fatores de confusão potenciais, observou-se que o risco de soroconversão entre os participantes que faziam uso diário de crack aumentou com o passar do tempo: período 1, razão de risco, RR, de 1,03; período 2, 1,68; e período 3, 2,74.

O uso de crack foi um fator de risco independente para soroconversão para HIV, entre usuários de drogas injetáveis. Esses achados mostram a necessidade urgente de medidas de saúde pública baseadas em evidência voltadas para os indivíduos que fazem uso dessa droga.

Fonte: CMAJ 2009; 181(9):585.
 

 


Autor: Bibliomed
Fonte: Bibiomed

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