O mal de Alzheimer é a principal patologia neurodegenerativa que afeta as pessoas da terceira idade. Estudo realizado por Dickerson et al., a ser publicado na revista “Neurobiology of Aging”, em março de 2009, oferece um importante auxílio ao diagnóstico do Mal de Alzheimer. Segundo os autores, até agora não era claro se a diminuição volumétrica nas regiões corticais do lóbulo temporal mediano (áreas importantes para a formação dos processos de memória) no envelhecimento e na doença de Alzheimer seria devido à perda de espessura, perda da área de superfície, ou ambas; bem como faltavam informações sobre as diferenças respectivas entre o envelhecimento normal e o processo de Alzheimer.

  

O estudo incluiu 28 pessoas jovens e saudáveis, 47 pessoas da terceira idade e saudáveis e 29 pessoas com mal de Alzheimer moderado. Foram medidas as três áreas das regiões corticais: entorrinal, perirrinal e parahipocampo posterior; e foi calculada a média da espessura, da área de superfície e do volume dessas áreas.

 

Os resultados do estudo evidenciaram que as áreas entorrinal e parahipocampo posterior se mostraram moderadamente reduzidas em pessoas da terceira idade saudáveis, comparado com as pessoas jovens e saudáveis, principalmente devido à área de superfície diminuída. Em contraste, as pessoas com Mal de Alzheimer apresentaram grande redução da área de superfície (além do envelhecimento normal) da área entorrinal, com perda significativa de espessura nas três áreas estudadas. Contudo, as perdas de espessura das áreas entorrinal e perirrinal foram os melhores preditores do desempenho da memória episódica mais deficitária nas pessoas com mal de Alzheimer.

 

Os autores concluíram que, embora os volumes das regiões corticais do lóbulo temporal mediano podem diminuir com envelhecimento e Mal de Alzheimer, a espessura dessas áreas é relativamente preservada no envelhecimento normal. Porém, até mesmo em uma fase clínica moderada, o Mal de Alzheimer é associado com uma grande perda de espessura dessas áreas do córtex. Os resultados do estudo, assim, podem servir para o diagnóstico diferencial do mal de Alzheimer e do envelhecimento normal. Aspecto importante, pois, quanto mais cedo essa patologia puder ser diagnosticada, mais o tratamento apresenta chance de auxiliar a minimização das perdas neurocognitivas específicas.

 

 

DICKERSON, B. C. et al. Differential effects of aging and Alzheimer's disease on medial temporal lobe cortical thickness and surface area. Neurobiology of Aging, v. 30, n. 3, p. 432-440, mar. 2009.