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Precificação do produto, divulgada na última semana, permite que a substância seja comercializada como medicamento tarjado e controlado por receita médica

Após sete anos de proibição e um incansável debate entre a ANVISA, a indústria de suplementos alimentares e o setor academico, a Creatina finalmente teve sua comercializacao liberada no Brasil como medicamento tarjado e controlado por receita médica. Embora a resolução nº 1.226 tenha sido publicada em abril do ano passado, somente no último dia 16/03 é que a ANVISA publicou a precificação do produto, ou seja, os parâmetros do preço para venda ao consumidor final.

“No caso de medicamentos, a legislação determina que a ANVISA é responsável por regular o preço de mercado, estipulando os valores mínimo e máximo para o comércio. Essa regulação, chamada precificação, levou quase um ano para ser elaborada devido à ausência de parametros no mercado”, explica o gerente de marketing da Probiótica Laboratórios, Marcelo Bella.

Maior fabricante de suplementos alimentares e esportivos da América Latina, a Probiótica foi a primeira empresa do setor a obter o registro de Laboratorio Farmacêutico.

E o seu produto, o Creatineâ , foi o primeiro a ser registrado como medicamento comercial. “Temos licença da ANVISA para produzir o produto Creatineâ e já o revendemos para mais 22 países, onde o uso já era permitido, como EUA, Canadá, Alemanha, França e Japão. Agora, vamos iniciar a distribuição para o mercado brasileiro, iniciando pelo mercado farmacêutico”, afirma Bella.

A Creatina é uma molécula encontrada no corpo humano e obtida através da ingestão de carne e peixe. É essencial no processo de fornecimento de energia, sendo útil, portanto, em casos que exista uma necessidade de reposição rápida de energia.

A suplementação de creatina contribui ainda com o ganho de massa magra para todos os casos, esportes ou modalidades, aos quais isso seja útil ou necessário. Seja um idoso que treina casualmente para fortalecer os músculos e melhorar o estilo de vida, um atleta amador que quer melhorar o rendimento de seus treinos, ou um profissional que busca melhores resultados na carreira, todos podem ser beneficiados pelo uso da Creatina.

Para Érico Caperuto, mestre em fisiologia humana e doutor em biologia celular e tecidual pela USP, e diretor técnico do Instituto de Ciência em Nutrição e Performance, a liberação é tardia e imperfeita, já que a substância só poderá ser vendida com prescrição médica, e não regulada como alimento, como ainda defendem especialistas em suplementação alimentar. “Ainda assim, a medida demonstra flexibilização e modernização da ANVISA, que, ao menos, se abriu ao debate e compreendeu os benefícios do uso da Creatina“, afirma Caperuto.

O debate, no entanto, ainda nao chegou ao fim: na próxima sexta-feira (26) será realizada a Consulta Pública 60, que pode trazer a Creatina de volta a sua classificação inicial: alimento para atletas e praticantes de atividades fisicas.

“Nenhum efeito colateral ligado ao uso da substância foi comprovado até hoje. A decisão da ANVISA se baseava em um antigo laudo da vigilância sanitária francesa. Diversos estudos já provaram as falhas técnicas desse laudo, tanto que a substância é largamente difundida e consumida no resto do mundo“, explica Caperuto.

A desinformação é a principal inimiga da substância e o principal motivo para sua má reputação. “Os efeitos são tão benéficos que as pessoas se tornam céticas”, comenta Caperuto. A orientação médica pode acabar com as dúvidas e a Creatina, depois de martirizada, finalmente pode mostrar suas qualidades.

Caperuto sugere a dosagem: “Na primeira semana a ingestão é de 20g por dia, quantidade divida em quatro doses de 5g. Nas três semanas seguintes, 5g diárias bastam para que os efeitos sejam sentidos. A ingestão acompanhada de carboidrato auxilia na absorção, assim como o uso durante o treino”, finaliza o especialista.

Histórico

Classificada inicialmente como alimento para atletas e praticantes de atividades físicas, a substância se tornou popular no Brasil até que, em 1998, a ANVISA optou por alterar sua classificação. Com uma liminar concedida pelo Ministério Público, a indústria de suplementos alimentares continuou a comercializar Creatina até que, em 2003, a liminar foi suspensa e a venda de produtos, com Creatina como principio ativo, proibida.


Autor: Imprensa
Fonte: Communica Brasil

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