Dr. Alexandre Zanetti, em Genebra, Suíça

O advogado da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e Assessor Jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNS), Dr. Alexandre Zanetti, foi escolhido para representar a delegação brasileira durante as atividades da 99ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT).

A Conferência ocorre entre os dias 1 e 18 de junho de 2010, na cidade de Genebra, Suíça. Na pauta deste ano, temas que prometem calorosas discussões e que demandam por deliberações são: objetivos estratégicos do emprego, HIV/AIDS no mundo do trabalho, abolição do trabalho infantil, etc.

Acompanhe a seguir os comentários de Alexandre Zanetti, em tempo real, relatando fatos debatidos durante esse importante encontro.

Genebra, 07 de junho – Quinto dia da Convenção 99° da OIT (Organização Internacional do Trabalho)

As reuniões de rotina, no dia de hoje, foram bem tranquilas. Estamos analisando quase 100 emendas do texto original aprovado no ano passado, a serem discutidas no grupo patronal e, após, nas plenárias tripartites, que ocorrem sempre em duas sessões diárias.

O grupo patronal, alias, já acabou seu trabalho de revisão do texto e apresentação de emendas.

Há, aqui, um intenso e rico debate para cada emenda. Cada lado defende seu posicionamento, sempre em três idiomas, comumente causando divergências na redação bem como acirrados ânimos. Pois, o texto aprovado deve adentrar nos costumes, cultura e legislação de cada país aqui representado.

Esse trabalho deve terminar até a próxima sexta, dia 11 do corrente, para que o texto passe pelos colegas encarregados pela revisão da redação e seja votado a tempo antes do final da Conferência.

Cresce o debate econômico, e vou passar a vocês algumas idéias e posicionamentos dos membros governamentais e da parte patronal.

Há consenso de que houve uma resposta rápida dos governos com relação à crise econômica internacional do final do ano de 2008. Estima-se que, com a ajuda da OIT e toda a discussão estabelecida na Conferência do ano passado, mais de 21 milhões de empregos foram salvos ou criados em todo o mundo. Com isso, muitas economias apontaram crescimento.

Com a estabilização da economia, a OIT esta voltada a estudar medidas de recuperação de emprego. Aqui, tem-se como certa a necessidade de esforços adicionais, além das medidas já realizadas pelos países, para que essa recuperação da economia seja sustentável e continue gerando crescimento com altas taxas de empregabilidade no futuro próximo.

Dessa forma, a mais importante conclusão que se tem, na Conferência, é que não podemos deixar que o trabalhador - que saiu do mercado de trabalho - fique desconectado do emprego, devendo participar de formação, treinamento e programas de assistência e, num momento seguinte, estar apto a retornar.

Esse fato, se propiciado, garantirá que o aumento de produtividade beneficie a ambos os lados - empregador pelo aumento de competitividade e o empregado pelo retorno facilitado ao trabalho. Dessa forma, o nível de vida da cadeia produtiva poderá ser elevado integralmente.

A OIT e os governos possuem um pacto para fomentar o mercado de trabalho e ajudar, assim, as pessoas a aproveitarem as oportunidades que estão surgindo nessa transição da economia, que está se tornando mais equilibrada, tendo como base um crescimento sustentável. Como consequência, ocorrerá uma melhoria dos níveis educacionais, da qualidade de vida, produtividade e formação de emprego.

O tempo aqui não esta bom hoje, chuvisco pela manhã e nublado no restante do dia. A temperatura está agradável, um calorzinho gostoso.

Amanhã, teremos um texto de Emerson Casali, Diretor de Relações do Trabalho da CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizado especialmente para este espaço.

Abraço a todos e jusqu'à ce que les amis quiero demain.

Alexandre Zanetti

Acompanhe também os dias anteriores