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Mulheres e crianças são os grupos mais afetados. Alimentação correta pode reduzir o uso de antibióticos e antiinflamatórios

Dificuldade de enxergar em ambientes escuros, acne, facilidade para gripar, síndrome pré-menstrual e atraso no crescimento podem sinalizar falta de vitamina A. Segundo o Ministério da Saúde a deficiência atinge 12,3% das mulheres com idade de 15 a 49 anos. Entre crianças com mais de 5 anos é de 17,4% e chega a 21,6% na região Sudeste.
 
A falta de informação é o principal problema no País. Um simples exame de sangue indica a insuficiência. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a alimentação correta inibe a evolução da maioria dos distúrbios decorrentes do déficit de vitamina A e reduz o consumo de medicamentos. “Quem não controla a alimentação acaba tendo de usar mais antibióticos e antiinflamatórios, além de ficar exposto ao agravamento das doenças”, comenta.
 
O especialista explica que isso acontece porque a principal função da vitamina A é proteger nossa imunidade e a integridade das mucosas. Quando o assunto é a saúde dos olhos, ele diz que a deficiência predispõe à conjuntivite, ressecamento da córnea e conjuntiva. O resultado é a formação de cicatrizes que comprometem a visão.
 
Na retina, ressalta, ocorre o prejuízo da síntese da rodopsina, um pigmento que responde pela capacidade de adaptação à baixa luminosidade. É isso que origina a dificuldade de enxergar em ambientes escuros ou cegueira noturna. O distúrbio pode levar à perda definitiva da visão. O único tratamento é a reposição da vitamina com suplementação e dieta adequada.
 
Excesso pode ser tóxico
 
Buscar suplementação por conta própria pode ser arriscado, principalmente por tempo prolongado. Isso porque, a vitamina A fica armazenada no fígado e é mais difícil de ser eliminada.  Os principais sintomas de toxidade são:
 
- Perda de cabelo e peso.
 
- Ressecamento da pele e mucosas.
 
- Anemia.
 
- Irritabilidade, fadiga e insônia.
 
Queiroz Neto diz que a quantidade a ser ingerida depende das condições de saúde, sexo, idade e peso. Em mulheres grávidas, exemplifica, a expansão do plasma reduz a concentração de vitamina A. Por outro lado, estudos mostram que altas doses durante a gestação podem causar defeitos congênitos no feto. Conclusão: O mais indicado para a maioria das gestantes é a reposição dietética. A regra pode mudar entre mulheres que antes da gravidez passaram por cirurgia bariatrica para perder peso. Isso porque, o procedimento diminui a absorção de vários nutrientes, inclusive da vitamina A.
 
Como melhorar a absorção
 
Estudos mostram que a biodisponibilidade da vitamina A pré-formada dos alimentos de origem animal  varia entre 70% e 90%, contra 20% a 50% das provitaminas A encontradas nos vegetais.
 
As principais fontes de origem animal são: fígado, manteiga, queijo, leite integral, gema de ovo e peixe.
 
As de provitaminas A incluem as raízes e frutas de cor amarela ou laranja e as folhas verdes.
 
Segundo Queiroz Neto a má absorção da vitamina A pode ainda estar relacionada a problemas gastrintestinais, dietas que restringem o consumo de proteínas ou gorduras e à dificuldade de assimilação de gorduras decorrente de doença celíaca ou hepatite. Algumas combinações podem potencializar ou reduzir a absorção.
 
Combinação potencializadora:
 
·         Com fontes de vitamina E (óleos vegetais, grãos integrais, nozes).
 
·         Com fontes de vitamina D: banhos de sol, óleo de fígado de peixe e cereais fortificados.
 
Combinação redutora:
 
·         Com frutas cítricas: laranja, limão, abacaxi.

Autor: Eutrópia Turazzi
Fonte: LDC Comunicação

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