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Substância comum em produtos de baixa caloria é assunto controverso, afirmam especialistas

Os refrigerantes Zero e outros produtos do gênero possuem ciclamato de sódio, substância que é proibida pelo FDA (Food na Drug Administration), principal órgão de controle de alimentos e drogas dos Estados Unidos.  Estudos dos anos 70 e 80 (BRANTOM et al., 1973; GRENN et al., 1980), realizados em ratos, mostraram uma associação entre o adoçante ciclamato de sódio e o aparecimento de tumores na bexiga.

O Ciclamato foi descoberto em 1937 por Michael Sveda, que sentiu o seu gosto 30 vezes mais doce que a Sacarose (outro adoçante artificial muito comum). O Ciclamato foi comercializado como adoçante para diabéticos até o ano de 1969, quando o FDA interpretou que essa substância era indutora de câncer de bexiga, após estudos em ratos.

No Brasil e em mais 55 países, como Alemanha, Finlândia, Paquistão, África do Sul e Suíça, o ciclamato e seus derivados são legais e utilizados em diversos produtos de baixa caloria. De acordo com especialistas, os brasileiros são os que mais consomem adoçantes no mudo; e, para eles, o fato da maioria de nós não saber diferenciar light (sem gordura) de diet (sem açúcar) já revela que não sabemos o que consumimos.

Mais recentemente, estudo de Ferraz de Arruda et al. (2004) analisou o efeito do ciclamato de sódio no rim e no fígado de fetos de ratas. Os resultados indicaram nefrotoxicidade (danos nos rins), retardo no desenvolvimento fetal e índice de maturação placentária reduzido. Confirmando os resultados desse estudo, o uso contínuo de adoçantes em geral, por 10 anos ou mais, foi associado ao câncer no trato urinário em humanos no estudo de Andreatta et al., publicado em 2008.
Os tipos de adoçantes ciclamato de sódio, a sacarina, a sacarina sódica e a sucralose foram pesquisados em ratos, no estudo de Sasaki et  al. (2002)  e os autores indentificaram uma tendência ao câncer gastrointestinal. No entato, os cientistas alertam que os resultados de estudos realizados com animais podem não refletir a realidade de humanos.

Por falta de conclusões científicas, o World Health Organization's Joint Expert Committee on Food Additives aprovou o uso do ciclamato de sódio em 1977. Contudo, os americanos continuam com a proibição.

Mesmo sem conclusões definitivas, a comunidade médica afirma que qualquer adoçante deve ser tomado com cautela. A dose recomendada para o consumo de ciclamato de sódio é de 7 mg por dia por quilo corpóreo, o que é equivalente a pouco menos de 6 latas ou 2 litros de Coca Cola Zero para uma pessoa de 70 kg.
A Coca Cola Brasil, cumprindo as leis brasileiras de rotulagem,  informa em seu site (http://www.cocacolabrasil.com.br/) a quantidade de ciclamato usado em seus produtos (por 100 ml), a saber:
 
  • Coca-Cola Zero: ciclamato de sódio (84 mg);
  • Fanta Laranja Light: ciclamato de sódio (64mg);
  • Aquarius - água aromatizada sabor laranja: ciclamato de sódio (29 mg);
  • Kuat Zero: ciclamato de sódio (31mg);
  • Sprite Zero: ciclamato de sódio (107mg);
  • Nestea Limão Light: ciclamato de sódio (50mg);
  • Nestea Pêssego Light: ciclamato de sódio (50mg);
  • Nestea Mate Light: ciclamato de sódio (56mg).

       
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Referências

ANDREATTA, M. M. et al. Artificial sweetener consumption and urinary tract tumors in Cordoba, Argentina. Preventive Medicine, v. 47,  n. 1, p. 136-139, jul. 2008.

BRANTOM, P. G.; GAUNT, I. F. GRASSO, P. Long-term toxicity of sodium cyclamate in mice. Food and Cosmetics Toxicology, v. 11, n. 5, p. 735-746, out. 1973.

FERRAZ DE ARRUDA, J. G. et al . Effects of sodium cyclamate in kidneys of rats fetuses: A morphometric study. Interantional Journal Morphology, Temuco, v. 22, n. 2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0717-95022004000200005&lng=es&nrm=iso>.

GRENN, U. et al. Syncarcinogenic action of saccharin or sodium cyclamate in the induction of bladder tumours in MNU-pretreated rats. ood and Cosmetics Toxicology, v. 18, n. 6, p. 575-579, 1980.

SASAKI, Y. F. et al. The comet assay with 8 mouse organs: results with 39 currently used food additives Mutation Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 519, n. 1-2, p. 103-119, ago. 2002.

ObesiNet - Disponível em:  www.obesinet.com.br
 

 

 

 

 



 
 

 


Autor: SIS.Saúde
Fonte: Vide Referências

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