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Reunião acontecerá em 25 países

Precisamente às 10h23 do próximo sábado, um grupo de ativistas anti-homeopatia vai se reunir na Praça Benedito Calixto, zona oeste da capital, para tomar uma overdose de medicamentos homeopáticos. O mesmo acontecerá em Porto Alegre (RS), Natal (RN) e outras 53 cidades de 25 países. Não se trata de uma tentativa de suicídio em massa. O objetivo dos autodenominados céticos é denunciar o desperdício de tempo e dinheiro com remédios que, segundo eles, não passam de água com açúcar.

Embora a prática seja reconhecida há mais de 30 anos pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira, ainda desperta polêmica tanto na comunidade médica como na sociedade leiga. Mesmo entre os adeptos há uma divisão. Enquanto uma corrente rejeita a interferência de medicamentos alopáticos e até mesmo de vacinas no tratamento, outra - que tem o respaldo das entidades médicas, farmacêuticas e do Ministérios da Saúde - entende que a homeopatia pode atuar de forma complementar à medicina tradicional.

O debate veio à baila graças à Campanha 10:23, que acontece pelo segundo ano consecutivo na Grã-Bretanha e é organizada pela Sociedade Merseyside de Céticos (MSS, na sigla em inglês). "Bilhões de dólares são gastos ao redor do mundo com remédios homeopáticos e, quando se explica do que realmente se tratam, a maioria das pessoas se choca e não acredita que esses tratamentos inúteis continuam a ser vendidos", diz Michael Marshall, porta-voz da MSS.

Ele conta que o governo britânico fez recentemente uma revisão das evidências científicas e concluiu que não há provas conclusivas sobre a eficácia da homeopatia. No entanto, o Sistema National de Saúde da Grã-Bretanha gasta por ano mais de 4 milhões de libras (R$ 10 milhões) com remédios homeopáticos. "Alegam que as pessoas têm direito de escolher seu tratamento, não importa se ele funciona ou não. Isso é uma situação louca", diz.

No Brasil, em 2010, o investimento federal para custear consultas e medicamentos homeopáticos no Sistema Único de Saúde (SUS) foi de R$ 3 milhões, sem contar o gasto de Estados e municípios. Segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 285 municípios do país oferecem assistência homeopática na rede pública e cerca de 60% deles também fornecem medicamentos.

Autor: Redação
Fonte: UOL - Ciência e Saúde

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